**Visualisações**

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

**Idéias de quartos aconchegantes**


Das duas cômodas que existiam no quarto, restou aquela em melhor estado de conservação. O pesado tom de madeira natural foi camuflado pela pintura de laca branca, em harmonia com a marcenaria recém-chegada. O mesmo acabamento foi aplicado na parte externa do guarda-roupa, que também teve as dobradiças trocadas. O adesivo de parede, que traz uma frase inspiradora de Charles Chaplin, reflete o gosto do casal por cinema. Por um projeto como este, a arquiteta Renata Cáfaro cobraria R$ 1 120 e, pela gestão da obra, 10% sobre o valor dos itens adquiridos.

Dicas para ter um quarto mais acolhedor

Para quem tem um dia a dia corrido, chegar à noite em um quarto relaxante é um alento. A começar pela circulação, os profissionais lançam mão de recursos preciosos. Veja os principais pontos de um projeto e depois confira nove ambiente apaixonantes

- Circulação livre: “Muita gente não considera o layout do quarto algo importante. Às vezes, não se sente à vontade no ambiente e nem sabe por quê”, diz a arquiteta Marcia Monteiro. Uma das razões pode ser a circulação. “Deve-se pensar em um mobiliário que proporcione livre movimentação”, afirma o arquiteto João Armentano. Também para o designer de interiores Roberto Negrete, essa é uma das primeiras preocupações. “Assim como o banheiro, o quarto é o lugar onde estamos mais desprotegidos. Não dá para viver tropeçando”, lembra. Entre a cama e a parede, o ideal é deixar a largura mínima de 70 cm. 

- Criado-mudo sob medida 
Além de dimensionado para preservar a boa circulação nas laterais, o criado-mudo ideal é aquele pensado sob medida para suas necessidades: se você deixa o celular carregando, se precisa de uma moringa ou de espaço para os livros... Quando a área é enxuta, há saídas, como fixar a luminária de leitura na parede, o que liber
a centímetros sobre a mesinha.

- Colchão e travesseiros Um colchão firme que sustente a curvatura do corpo é a principal promessa de descanso. A indústria ampliou a oferta de recheios e revestimentos de modo a atender a diferentes necessidades. Por isso, na hora de comprar, a recomendação é experimentar. “Há desde os básicos de espuma e de mola aos mais sofisticados, feitos de látex ou viscoelástico”, conta Cristina Silva Costa, gerente da Copel. Se optar por um modelo de espuma, lembre-se de consultar a tabela de adequação de peso e altura. Por sua vez, o leque de travesseiros também é vasto, com modelos de penas, plumas, viscoelástico, fi bras de poliéster, látex e espuma. Para escolher, leve em conta a posição em que você dorme.
 

- TV e computador Para muitos, a TV é um item essencial de lazer e comodidade no quarto. Se a área permite, os profissionais chegam a criar uma saleta. Caso contrário, ela é colocada à frente da cama, embutida em um painel que esconde a fiação. Esse móvel também pode ter um desenho multiúso, incluindo uma bancada para o computador. Porém, para quem tem difi culdade de pegar no sono, o ideal é não ter eletrônicos ligados por perto. “Você pode ter TV, mas desligue-a da tomada quando for dormir. O campo eletromagnético a menos de 3 m estimula o cérebro”, afirma Sergio Areias, vice-presidente da Associação Brasileira de Radiestesia e Radiônica.


- Parede de cabeceira Revestir a parede de cabeceira com papel, tecido ou palha é um hit entre os profissionais. Para incrementar a sensação de abraço, o projeto inclui um painel estofado de couro, camurça, linho, seda e até veludo. “Costumo indicar tecidos que sejam fáceis de manter e não acumulem gordura, como a camurça sintética impermeabilizada”, diz Marcia Monteiro.
- Cores suaves Tons neutros e suaves, como cinzas e beges, são a escolha para uma atmosfera de descanso. Mas, se seu gosto pessoal pede algo mais animado, não precisa desistir. “Se quiser usar o vermelho, prefira uma parede que não seja vista o tempo todo”, recomenda Roberto Negrete. 

- Iluminação quente 
A iluminação planejada e quente (nunca luz fria e direta) é unanimidade entre os profissionais. “Ter acesso fácil na cabeceira aos diferentes comandos é fundamental”, afirma a arquiteta Zize Zink. Além do interruptor da luz geral, os arquitetos combinam abajures que fornecem iluminação indireta com uma luz pontual de leitura, em geral luminárias de led ou xenon. Balizadores que sinalizam o ambiente sem incomodar o parceiro também são bem-vindos.

- Bem-estar nos detalhes Dormir em lençóis macios de algodão e pisar em um tapete felpudo ao sair da cama são mimos que ajudam a começar bem o dia. “Gosto de carpete ou madeira no chão, e nunca um piso frio”, diz Negrete. Ter à mão uma bandeja com água ou um mancebo para dispor a roupa também é um conforto. “Além, é claro, do luxo do silêncio e da privacidade”, lembra Zize Zink. 


Segredos de um cinco estrelas Num hotel de luxo, o objetivo do projeto é cativar o cliente pelo conforto. “Hoje, as pessoas querem que a experiência da viagem comece no hotel”, diz Patricia Anastassiadis, responsável pela reforma do Tivoli São Paulo Mofarrej. Alguns recursos que ela usou nesse hotel:

- Em suítes maiores, descolo a cama da parede, voltada para a janela. Atrás dela, crio uma mureta que embute luminárias e apoia uma bancada. A TV fica à frente, vista de qualquer ângulo. Isso cria uma distribuição solta e multiúso. 
- Recursos de luz lateral na cama, com abajur e luminária de led, além de dimerização. 
- Na cama king size (2 x 2 m), lençóis brancos com mais de 300 fios e quatro travesseiros de densidades diferentes. 
- O carpete no piso favorece a acústica e acolhe os pés. Cores relaxantes e claras, que remetam à limpeza. 
- Na cabeceira, o couro sintético é fácil de limpar, assim como o revestimento vinílico nas paredes.




A delicadeza dos diferentes tons de rosa contagia o ambiente de 21 m² decorado pela arquiteta Zize Zink. “Além de suavidade, queríamos evocar um glamour antigo, mas sem perder de vista o que é atual”, explica Zize. Por isso, opções como o capitonê do banco aparecem combinadas com materiais contemporâneos, como o acrílico. Aplicado em todas as paredes, o revestimento de palha de sisal garante uma sensação de acolhimento, que foi reforçada pela combinação de tecidos macios, como o veludo da cabeceira. “Para não deixar o visual enjoativo, entram os detalhes de azul e lilás.” A cama da Auping (Collectania) ganhou cabeceira de veludo do Empório Beraldin. Na parede, palha da Tecdec. Criado-mudo da Casapronta e escultura da Arte Aplicada. Enxoval da Blue Gardenia e colcha de matelassê da Trousseau. Tapete da Clatt.

A área generosa, de 32 m², e a luminosidade abundante são dois grandes luxos do quarto decorado pela arquiteta Tania Eustaquio. “Unimos dois ambientes da casa para ganhar espaço e poder criar essa espécie de lounge no meio, com sofá, TV e até lareira – recurso que traz um grande conforto”, diz Tania. De linhas retas e cores neutras, o mobiliário não concorre com as obras de arte da moradora, uma colecionadora. “Por isso, desenhei um painel baixo atrás da cabeceira: ele deixa a parede livre para a maravilhosa fotografa de Otto Stupakoff (1935-2009).” Luminária de leitura da Dominici. Na área à frente da cama, você vê a banqueta e o sofá, ambos da Micasa. Os lençóis bordados manualmente com pássaros são da Associação das Bordadeiras de Taguatinga, um grupo de artesanato do Distrito Federal.
Além do painel de cabreúva, que se desdobra em um criado-mudo, Tania desenhou uma cabeceira de linho, de toque natural. O conforto se completa com os lençóis de algodão e a manta de tricô nos pés da cama.

Revestimentos claros e integração com o banheiro fizeram o quarto decorado pelas arquitetas Fernanda Morato e Marcia Monteiro parecer ter mais do que seus 14 m². “Trocamos a porta do banheiro por um modelo de vidro, opção que somou luminosidade e sensação de profundidade ao ambiente”, diz Marcia. Para não perder aconchego, um papel de parede com textura de tecido vestiu as paredes. Além dele, a iluminação com diferentes cenas traz um conforto extra ao dia a dia. “Na cabeceira, colocamos até um interruptor que acende um balizador ao lado da vaso sanitário à noite.” O papel de parede da Wallpaper combina com a cabeceira de camurça sintética da Regatta (execução da tapeçaria Moreno Móveis). Enxoval da Trousseau e almofadas da Ana Luiza Wawelberg. Criado-mudo da Marcenaria e Decorações Fazzio.

O verde suave na parede sintetiza a atmosfera alegre do quarto de 12 m² decorado pela arquiteta Regina Strumpf. “Ponto de partida para a composição do enxoval, o tom é fresco e ao mesmo tempo repousante”, conta Regina. A mistura de estampas não seguiu regras rígidas de combinação, opção que confere um clima informal e acolhedor ao ambiente. “Como não fiz cabeceira, posso dispor a cama do tipo box de várias formas, o que dá versatilidade à decoração. Nessa posição, ela fica com a cara de sofá para bater papo com os amigos”, complementa. Estampas florais com rosa, azul e amarelo quebram a combinação clássica de vermelho e verde que predomina no ambiente. A manta aos pés da cama veio do México. Gaveteiro da Le Lis Blanc Casa e pufe de Ana Strumpf para a Micasa.
O tecido listrado traz conforto. “Por ser grande, o ambiente permitiu revestir todas as paredes.” Para suavizar, os arquitetos usaram listras horizontais na cabeceira e um floral na cortina. “Listras e flores são um par clássico.”
Foco de atenção no quarto de 25 m² de um jovem solteiro, o painel de madeira foi concebido pelo arquiteto Luiz Fernando Grabowsky não apenas como um elemento acolhedor mas também para equilibrar a proporção do espaço. “Como unimos dois quartos, a planta ficou muito comprida. Elaboramos recursos que aproveitassem essa profundidade”, explica Luiz. Lâmpadas xenon embutidas iluminam o móvel e destacam o nicho cavado para objetos. “Mas é preciso cuidado, pois uma parede inteira de madeira pode escurecer o ambiente. Nesse caso, tínhamos bastante luminosidade.” Como apoio, o arquiteto desenhou a cabeceira de couro sintético da Artefacto, mesma marca do linho da cortina (confecção da Oficina 2). Roupa de cama e manta da Trousseau. Luminárias da Lumini.
Mais do que uma simples cabeceira, toda a parede atrás da cama ganhou placas estofadas, formando um aconchegante painel. “Como a cama não pôde ficar centralizada em função do formato do ambiente, usamos esse recurso para equilibrar visualmente o espaço. A paginação assimétrica confere um movimento gráfico”, diz a designer de interiores Valeria Bartholi, autora do projeto ao lado de Carla Asevedo. Outra limitação, a pequena profundidade do quarto de 16 m² exigiu uma marcenaria enxuta. “O móvel sob a TV fica no limite do conforto de circulação.” Fixo no painel de camurça sintética cinza (tecido da Tecdec), o gaveteiro espelhado de 1,40 m de comprimento executado pela Marcenaria GS lembra uma bancada, oferecendo espaço para livros e até para os quadros da Arterix.
Luminária da Kartelll e vaso da Marche Art de Vie. Pufe e banqueta da Benedixt. Roupa de cama da Casa Almeida e manta do Empório Beraldin. A área sob a TV foi aproveitada com uma sapateira de freijó ebanizado de 35 cm de profundidade.
Mesmo com o predomínio do branco, o quarto de 20 m² reformado pelas arquitetas Carmen Zaccaro e Marise Kessel manteve a sensação de conforto reivindicada pela moradora. “O ambiente tinha uma base de madeira escura, que trocamos pelo lambri laqueado. Com isso, pudemos usar a cor para pontuar a decoração”, justifica Carmen. Na parede de cabeceira, chama a atenção a combinação de três materiais: o revestimento estampado, o lambri e o painel de couro. “Apesar de clássica, a composição de papel de parede e lambri ficou atual com a estampa floral e as réguas irregulares.” Detalhada, a marcenaria da Quarto Composto incluiu até uma caixa para o aquário. O papel de parede floral foi comprado na Orlean.
Ao priorizar materiais naturais e revestimentos com diferentes texturas, a designer de interiores Luciana Penna quis imprimir na suíte de 15 m² a lembrança do contato com a natureza, um pedido dos moradores. “Por isso, a escolha dos tons de verde nos tecidos, da palha nas paredes e das placas de pedra no banheiro”, detalha Luciana. A área enxuta pediu uma marcenaria inteligente. “Como criado-mudo, desenhei prancha e gaveta estreitas presas ao próprio painel de cabeceira.” O armário tem portas de correr, uma delas espelhada para forjar mais amplitude. Para não roubar centímetros do quarto, Luciana detalhou o painel de cabeceira com criado-mudo e luminária embutidos, além dos interruptores. “É preciso prever no desenho para o tapeceiro cada ponto de instalação.”
Pensado para sapatos, o móvel laqueado à frente da cama se conecta ao armário de portas de correr e nichos abertos ocupados com cestos de vime para organizar miudezas. Sobre essa sapateira, você vê o abajur da Loja Teo e os acessórios da Esther Giobbi e da Benedixt. Acima, prateleiras espelhadas trazem leveza.
Reportagem Visual Aldi Flosi, Araci Queiroz, Isabella Mendonça e Juliana Hamacek
Texto Silvia Gomez
Ilustrações Carlos Campoy

By casa.abril.com.br

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